Trata-se da grande romaria e festa anual realizada no ultimo domingo de Agosto; é a festa que lembro e sempre associo ao forte calor característico da região raiana e que é normal no verão.
A festa realiza-se na quase totalidade, no monte do Senhor do Calvário que possui uma capela com o mesmo nome.
2011 - As Contas da Festa realizada pelo "ARCAZ"
2011 - As Contas da Festa realizada pelo "ARCAZ"
O Programa para 2011, organizado pelo "ARCAZ":
Estivemos lá e cooperámos para que a festa se realizasse, no entanto ... Uma crónica, mais como uma pedrada no charco:
Mais uma festa se realizou, este ano, com algumas inovações que, como tudo na vida, estão sujeitas a críticas, pois pode sempre fazer-se melhor, mesmo no que já é bom. No entanto, dado que o bom é inimigo do óptimo, diria que em termos de programação e realização, o evento, na generalidade, foi muito bem conseguido.
Apesar da comissão de festas (O Arcaz) ser de número reduzido em operacionais, contou com a colaboração de medelinenses de boa vontade que fizeram o melhor que puderam com uma entrega sã e desinteressada. Com a coordenação do Carlos Silva (é justo dizer o nome deste medelinense adoptado), levaram a bom porto este evento.
O aforisma “Medelim, terra boa de gente ruim” acabou mais uma vez por espreitar em algumas (felizmente poucas) críticas de cariz meramente destrutivo, mas que causam sempre algum sentimento de ingratidão a quem deviam estar gratos, nem que fosse pelo simples facto de ter havido festa.
Este ano e pela primeira vez, assisti na aldeia às modernas actividades que hoje se encontram nas comunidades urbanas mais cosmopolitas, sendo, até, consideradas normais nessas comunidades, ou seja, o “gangsterismo” que traz associado actividades como o tráfico de drogas e a mal formação de indivíduos que já são geneticamente acéfalos, promovendo uma violência gratuita que fere física e moralmente gente de bem.
Esta tendência evolutiva não é a que de todo desejo para a aldeia. O progresso não tem forçosamente de ser acompanhado desta “involução”, isto, apesar da sociedade em geral possuir um comportamento desprovido de qualquer moral racional que as instituições ou promovem, ou não condenam e, quando condenam, salvo excepções que confirmam a regra, o resultado salda-se por ser negativo para a vítima.
No entanto, se na “minha” aldeia, o progresso for neste sentido, digo terminantemente, não! Evoluir, Progredir, Modernizar, não podem na prática, ser sinónimos de violência, tráfico, imoralidade, enfim, “gansterismo” e “claquismo”.
A meu ver, uma comunidade não pode estar submissa a uma minoria acéfala e parasita, os Beirões terão de acordar em breve e fazer jus ao nome ou, arriscam ser usados pelos gangs como alvo das suas actividades.
Tal como na biologia, os parasitas só sobrevivem se o meio que os rodeia lhes proporcionar condições de vida, caso contrário procurarão outro hospedeiro e, caso não sejam úteis ao hospedeiro e este modificar o meio para uma forma hostil ao parasita, estes acabam por se extinguir ou então, (milagre da ciência) adaptam-se ao meio, passando até a ser úteis ao hospedeiro.
Este “remédio antiparasitário” deve começar a ser aplicado não só pelas gentes de bem, como deve ser imediatamente secundado pelas instituições locais, assim como estender-se às instituições nacionais o mais rapidamente possível. Não faz sentido que gente de bem, só porque receie as retaliações, não escorrace os prevaricadores, assim como, também não faz sentido que as instituições que todos nós (directa ou indirectamente) sustentamos, os apoie materialmente.
Mas, vamos à festa:
Uma inovadora noite de fados a abrir com um filho da terra - Miguel, ah fadista.
A família Robalo tem surpreendido pela qualidade dos medelinenses que produz.
Uma fadista que encantou todos os amantes do fado.
O jantar que acompanhou a noite de fados não foi tão bem conseguido, mas, lá passou, valeu pelo convívio, apesar da noite estranhamente fria para a época.
A assistência aderiu, mesmo os que não têm o fado como sua preferência musical.
Uma inovação na festa. O bar tinha café tirado com a mestria do Tó Cartola.
E, também novos produtos para animar a malta.
Além dos produtos tradicionais na festa como o suco de cevada fermentado que se consome maioritáriamente.
Uns petiscos e uns drinks aquecem a alma.
Mesmo a alma dos cooperantes.
Uma noite animada por um grupo de séniores que fizeram reviver alguns temas musicais. Os apreciadores deleitaram-se com a execução.
E também bailaram ao som do revivalismo.
Colaboradores e medelinenses dedicados providenciaram para que o aconchego do estômago não faltasse. O Manel foi incansável.
E, a afluência foi boa.
Sem esquecer as tradições, o grupo de Lavacolhos percorreu a aldeia com os seus bombos.
E fizeram soar os bombos quanto baste.
A tradicional quermesse.
Com uma boa afluência a que contribuiu a simpatia e dedicação da "xana".
Todas as noites tiveram a animação proporcionada pelas "raves" e a música a elas inerente.
Que pelos vistos agradam a miúdos e graúdos.
E, foi a reportagem fotográfica que me foi possível fazer; tenho pena de não ter mais fotos, mas, concerteza outros as tiraram e concerteza as veremos.No entanto, saliento que os restantes grupos musicais, tradicionais ou não, continuaram a animar a festa que reafirmo ter sido conseguida com êxito.
Até o toldo, este ano montado ao redor da entrada da capela cumpriu a sua função de protecção aos crentes que seguiram a missa aí dada. Confesso que não achei boa a ideia de tapar com um toldo parte da ex-libris da terra e motivo da festa "a capela do Senhor do Calvário". No entanto, o resultado final até que não foi mau.
Também o fogo de artifício este ano lançado me pareceu muito bom, atendendo às limitações financeiras que sempre condicionam estes eventos. Bem haja à organização que desde o início do ano tem vindo a trabalhar para que esta festa se realizasse.
O coordenador operacional dos trabalhos.
Um Bem Haja ao Carlos.
Fotos e textos By A.Pires In 2011
Um registo da romaria em 1998:
Aspectos da romaria em 1998
Texto e Fotos By A.Pires In 1998
Festa de S.Sebastião
S.Sebastião nasceu e viveu no século III, no seio de uma família cristã.
Alistou-se no exército romano em 283, chegando a ser um dos oficiais predilectos do imperador Diocieciano, que o nomeou capitão da sua guarda pessoal. Secretamente, Sebastião nunca deixou de ser um cristão convicto e activo.
Denunciado pela sua conduta branda relativamente aos prisioneiros cristãos, foi julgado sumáriamente como traidor e o imperador ordenou a sua execução, por meio de flechas, na presença da guarda pretoriana.
Foi dado como morto e o seu corpo lançado ao rio. Socorrido por Irene que retirou as flechas do corpo, sobreviveu e apresentou-se de novo diante do imperador para o censurar pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Preplexo com tamanha ousadia, Diocieciano ordenou aos guardas que o acoitassem até à morte.
O simbolismo da história do seu martírio atravessou séculos fez dele um tema recorrente na arte medieval, sendo representado como um jovem amarrado a uma estaca e trespassado por várias flechas.
O culto a S.Sebastião nasceu no século IV e atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Entre os antigos, as flechas simbolizavam a peste, pelas feridas que a doença provocava.
A piedade cristã, associando o medo da peste às flechas do martírio, procurou no santo a protecção para a epidemia arrasadora da peste bubónica que vitimaria um terço da população europeia nos séculos XIV a XVI.
Por isso, S.Sebastião passaria a ser invocado contra a peste e as suas irmãs, a fome e a guerra, sendo venerado, em actos públicos e promessas conjuntas, pelo povo crente na sua milagrosa protecção.
Quando a epidemia atingiu Lisboa, em 1569, D.Sebastião manda erigir-lhe um templo, sendo a primeira pedra lançada pelo próprio Rei, no Terreiro do Paço. Quatro anos depois, a seu pedido, o Papa enviou de Roma uma das setas do martírio do santo, para enriquecimento do templo.
A fome, outro símbolo do santo protector, atingiu duramente algumas zonas do nosso país, que dependiam da agricultura de subsistência familiar.
O gado suíno era criado durante o ano e abatido no princípio da estação invernosa, para sustento das famílias, cuja alimentação se baseava quase exclusivamente nas carnes e salga de porco.
Por isso, até hoje, as festas dedicadas a S.Sebastião são marcadas pela abundância de alimentos, em que os enchidos têm lugar de destaque.
“Nota:
De entre as promessas que o povo fazia ao santo, conta-se a de oferendar enchidos com o comprimento do suíno que se salvasse da doença, que, habitualmente, provocava grande mortandade nas crias.”
Actualmente, S.Sebastião é o santo que mais capelas possui no nosso país, onde é celebrado no seu dia (20 de Janeiro) ou mesmo noutras datas.
A comissão de Festas 2011 (O Arcaz) recuperou em boa hora, esta festa à anos interrompida, tendo este ano (2011) sido realizada em 30 de Janeiro
Texto By Comissão de Festas 2011 (O Arcaz)
Fotos By A.Pires (2011)
Queima do Madeiro
Na noite de Natal, tem lugar no largo da Igreja Matriz a tradicional queima do madeiro. Pretexto para que na habitual frieza do inverno as pessoas se juntem em amena cavaqueira enquanto o madeiro arde.
O madeiro no largo da Igreja preparado para ser incendiado à noite
A torre sineira da Igreja Matriz decorada no Natal de 2010
Chegou a hora da icineração
Pegou e arde bem
Reencontro de primos, ainda que familiarmente algo afastados
A juventude "forasteira" adere
Texto e Fotos By A.Pires In 2010